Adorei o texto, me vi totalmente nele!
Espero que gostem também!Mãe é ansiosa, sim. É mãe!
“A partir da maternidade suas prioridades e seus valores mudam e seu filho passa a ser seu bem mais precioso. Acredito que este sentimento é tão forte que fica impossível uma compreensão exata da sua dimensão.”
Por Alessandro Danesi
O pediatra, em sua prática diária, depara-se com frequência com diferentes tipos de comportamento materno, moldado este em consequência de aspectos culturais, étnicos, educacionais e religiosos. Uma característica é inerente a todas as mães: a dificuldade, traduzida em ansiedade, de lidar com a doença do filho, por mais benigna e leve que esta seja.
A ansiedade vem à tona também quando a mãe toma conhecimento de alguma doença ocorrida dentro do ambiente da criança ou notícias veiculadas na mídia sobre o aumento na incidência de determinada doença infecto-contagiosa, ainda que seu filho esteja saudável naquele momento.
Seria este um comportamento reprovável?
Absolutamente, não! Ser mãe é a realização máxima para uma mulher. Por mais bem sucedida que possa estar em sua vida pessoal, profissional ou afetiva, nada se compara ao sentimento de ser mãe. A partir da maternidade suas prioridades e seus valores mudam e seu filho passa a ser o bem mais precioso. Acredito que este sentimento é tão forte que fica impossível uma compreensão exata da sua dimensão. E é justamente todo este amor que determina um comportamento mais ansioso. Há uma dificuldade em avaliar de forma racional a condição do filho; toda adversidade passa a representar uma potencial ameaça à sua integridade. Portanto, a mãe deve ser compreendida, ouvida e acima de tudo acudida nos momentos de desamparo.
A figura do pediatra torna-se fundamental para minimizar o sofrimento da mãe. Explicar que nos primeiros anos de vida doenças virais recorrentes são comuns, orientar sobre sinais que justifiquem um atendimento de urgência, tranquilizá-la a respeito da evolução de determinada doença, em muito contribuirá para tornar a mãe mais segura e serena para lidar com a saúde do próprio filho. É imprescindível o estabelecimento de um vínculo forte e de uma relação de confiança com o pediatra, de modo que ele possa ajudar a sanar dúvidas, anseios e dificuldades da mãe.
O aconselhamento com mães que já tenham vivenciado experiências semelhantes também poderá auxiliar a enfrentar melhor determinada situação.
Por outro lado, assume particular importância o reconhecimento de quadros graves, felizmente raros, caracterizados pela impossibilidade da mãe conduzir uma vida normal. Nestes casos será necessário suporte especializado.
Concluindo: acredito ser absolutamente compreensível e aceitável a ansiedade materna. Sugiro a você, mãe, que não se julgue ou se culpe. Apenas aceite que, por amar tanto seu filho, a ansiedade tomará conta de você em algum momento. Lide com ela e aprenda a controlá-la. Não esqueça que a criança tem uma sensibilidade muito grande. Um ambiente sereno e tranquilizador fará com que tenha um desenvolvimento melhor, tanto no aspecto físico quanto emocional.
Fonte revista Crescer nº 187 - Junho 2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário